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Por Natália Romualdo

Vamos “Encrespar Geral?”

Foto: Natália Romualdo

Foto: Internet

Foto: Internet

Jéssica Martins, uma das organizadoras do Encrespa Geral, revela como será a 4ª do evento.

Você já ouviu falar do Encrespa Geral? Não???

Trata-se de uma iniciativa bem bacana, de âmbito internacional, que acontece simultaneamente em várias cidades. Um dos objetivos é discutir o racismo e questões inerentes à cultura negra, com ênfase na questão do cabelo crespo. É uma experiência transformadora, que apóia meninas que estão voltando às suas raízes (literalmente!), deixando a química de lado e descobrindo o poder do cabelo natural. Em Juiz de Fora o ele chega, no próximo domingo, 18, à sua 4ª edição e será promovido no Centro Cultural Dnar Rocha, das 13h00min às 18h00min. É um evento para toda a família, que vai oferecer oficina de turbante, contação de história (para as crianças), palestras e muito mais! A entrada é franca.

Eu bati um papo com uma das organizadoras do evento, Jéssica Martins, que afirma que está nessa função desde o início do Encrespa aqui em Juiz de Fora, em março de 2013. Na 1ª edição, promovida no Campus da Universidade Federal de Juiz de Fora, 23 pessoas participaram.

De lá para cá, muita coisa mudou e o evento cresceu tanto, que as organizadores esperam que mais de 300 pessoas prestigiem o Encrespa no dia 18.

E se você acha que não vai poder comparecer, porque o namorado – ou ficante, marido e afins - ficaria deslocado em um ambiente predominantemente feminino, se enganou. Jéssica ressalta que os homens também têm representatividade no evento. “A princípio, a participação deles era bem tímida, mas no último que fizemos, vimos muitos casais e pais de famílias que foram acompanhar seus filhos. O que eu acho mais legal é que o Encrespa tem reunido famílias!”, comemora.

A organizadora destaca que o Encrespa é importante, uma vez que proporciona visibilidade para os negros, principalmente no aspecto midiático e social, uma vez que existem poucos eventos voltados para a cultura afro. Ela ainda revela que seu processo de politização e de militância no movimento negro começou a partir do Encrespa.

Mas não pensem que apenas pessoas negras e com o cabelo crespo participam dessa atividade! Jéssica deixa claro que o evento é aberto e não discrimina ninguém por cor ou por cabelo (então, você, menina negra do cabelo quimicamente tratado também pode participar sem medo!).

A organizadora destaca que dois momentos foram marcantes e que motivam sempre sua luta em fazer um evento melhor que o outro: “um deles foi quando uma amiga minha, que enfrentava uma forte depressão, participou. Ela foi a primeira a chegar ao Encrespa e foi para a oficina de turbantes. Quando fizeram um para ela, vi em seu rosto um sorriso que há muito tempo lá não aparecia. Quando cheguei em casa, chorei muito ao me recordar disso. O outro fato marcante foi a história de uma menina de 7 anos, que compareceu à última edição. O depoimento dela emocionou muita gente. Ela contou que era discriminada na escola, devido ao seu cabelo crespo. Para “resolver” a situação, a mãe da garotinha alisou seu cabelo. Mas, a pequena estava no evento com as madeixas curtas e crespas, porque falou com a mãe que não gostava do cabelo liso e quis cortá-lo. Uma criança emponderada!”, conta.

Mas, infelizmente, o Encrespa não tem o apoio da mídia, nem financeiro. Jéssica salienta que, nas primeiras edições, ela e as demais organizadoras tiraram dinheiro de seus bolsos para promover o evento.

As coisas mudaram um pouco de “figura” nessas últimas edições, apesar da falta de investimento financeiro por parte de terceiros continuar. O que, em minha opinião, é lamentável, uma vez que o Encrespa é muito mais do que um projeto. O Encrespa é oportunidade. Autoconhecimento. Mudança. Metamorfose.

Falo isso, porque participei da 3ª edição e minha vida mudou em vários aspectos após esse acontecimento. Minha mente se abriu e passei a enxergar meu cabelo com outros olhos, pois percebi que ele não é apenas para enfeitar a cabeça. Aprendi que ele também é um instrumento de luta.

Quer conferir a entrevista com a Jéssica Martins na íntegra? Clique aqui e boa “Metamorfose”!

 

Outras informações no facebook do evento: https://www.facebook.com/events/158582847816008/

 

 

Papo de Preta - o início

Esse é o primeiro vídeo docanal no Youtube chamado "Papo de Preta", no qual eu e a jornalista Maristela Rosa falamos preconceito racial. Porque conversar sobre preconceito também muda o comportamento da sociedade em relação a esse assunto. Vamos falar mais sobre isso?

The Street Store. Você já ouviu falar?

Foto: Tribuna de Minas

Equipe do projeto The Street Store reunida com o objetivo de fazer o bem.

 

Solidariedade. Olhar para o próximo e estender a mão é um ato de nobreza. Ainda mais quando se trata de estender a mão para pessoas em situação de rua. Com esse objetivo foi criada a The Street Store, uma loja de roupas de moradores de rua, que só funciona com a sua, a minha, a nossa doação. Quer saber detalhes dessa iniciativa super-bacana? Então, se liga no bate-papo a seguir!

 

 

METAMORFOSE: O que é a "The Street Store"? Qual é o objetivo do projeto e como ele surgiu? É a primeira vez que é promovido em Juiz de Fora?

THE STREET STORE: A THE STREET STORE é uma ação social que surgiu em janeiro de 2014, desenvolvida pela agência de propaganda M&C Saatchi, na Cidade do Cabo, África do Sul, e consiste na doação de roupas e calçados para moradores de rua, mas, com um importante diferencial: quem recebe as doações pode escolher as peças que quiser, como se estivesse em uma “loja de rua” (sem fins lucrativos), oferecendo aos favorecidos pela ação a experiência da escolha dos produtos. 
A “loja de rua” é feita utilizando, principalmente, painéis de papelão que servirão de suporte para as roupas e calçados doados apoiados, em exposição, para que os moradores de rua possam visualizar e, assim, escolher aquilo que lhe é necessário e do seu agrado. É dado a eles o direito de escolher o que quiserem e não apenas receber. Oferecer, além do donativo, um pouco de dignidade. 
Essa iniciativa já ocorreu em vários países mundo a fora, inclusive, em várias cidades aqui no Brasil. Em todas elas, a adesão das pessoas, seja como voluntários ou colaboradores, seja através das doações, foi bem sucedida.
Nosso evento é o 1º de Juiz de Fora e está listado como o 324º realizado no mundo.

 

MM: Quantos são os envolvidos nesse projeto?

TSS: No projeto, somos 8 organizadores e temos um grupo de mais de 130 voluntários inscritos (alguns deles já estão nos ajudando antecipadamente na triagem das peças, logística, empréstimos de matérias...). Mas a grande maioria irá participar efetivamente durante a realização do evento em várias tarefas distribuídas. 

 

MM:  Como doar e quais são os pontos de arrecadação? Até quando é possível contribuir com doações?

TSS: Bom, nos postos de coleta, as contribuições poderão ser encaminhadas até o dia 25 (prioridade na doação de peças masculinas, já que mais de 80% do público alvo é do sexo masculino).
Os pontos são:
POSTOS DE COLETA
3255 COWORKING – Rua Halfeld, 1067, Centro
BANCO DO BRASIL AGÊNCIA BENFICA – Praça Coronel Geremias Garcia, S/N, Benfica
MASCI - Rua Dr. Constantino Paleta, 203, salas 49/50, Centro
MISTER SHOPPING - Rua Mr. Moore, 70, Centro
STUDIO MARIA BONITA - Av. Rio Branco, 2370 / sala 904 – Centro Edifíco Solar
DESVIDROS - Rua Dr. João Pinheiro, 135 – Jardim Glória
FACULDADE MACHADO SOBRINHO – Rua Dr. Constantino Paleta, 203, Centro 
CATEDRAL METROPOLITANA DE JUIZ DE FORA – Rua Santo Antônio. Nº 1201, Centro
INFOMANIA - Rua dos Inconfidentes, 45 - Manoel Honório
VIANNA CONSULTORIA Jr - Avenida dos Andradas nº 555 - sala 29, Centro
CAMPE CONSULTORIA Jr. - Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC) - Campus UFJF, São Pedro 36036-330
ECOFARMA CONSULTORIA Jr. - Faculdade de Farmária - Campus UFJF, São Pedro 36036-330
PORTE EMPRESA Jr. / MAIS CONSULTORIA Jr. - Faculdade de Engenharia - Sala 4242 - Campus UFJF, São Pedro 36036-330

 

MM: Qual é a importância social do "The Street Store"?

TSS: O objetivo principal é que essas pessoas possam escolher as roupas tal qual em uma loja comum. Além disso, queremos que esse processo ocorra da forma mais digna possível, que elas possam aumentar sua autoestima, sejam percebidas e se percebam como seres humanos plenamente capazes de reverter sua condição.

 

A ação, que acontece sábado, 26, na Praça da Estação, das 8 às 17 horas. Atualmente, de acordo com dados fornecidos pela Associação Municipal de Apoio Comunitário (Amac), Juiz de Fora conta com cerca de 500 pessoas em situação de rua, em sua grande maioria, homens. Apesar do foco nesse público, todas as pessoas que não tenham condições de comprar roupas podem visitar a loja.
 

 

Qual é o momento certo de "pisar no freio"?

Fotos: Acervo pessoal

 

William Sanches está entre os maiores destaques quando se trata de assuntos relacionados ao Desenvolvimento de Potenciais e Espiritualidade.

Apaixonado pelas questões que envolvem a alma, aprofundou-se nos estudos sobre espiritualidade independente e, com uma linguagem dinâmica e assuntos do próprio cotidiano, promove uma reflexão capaz de mudar caminhos. Apresenta diariamente o programa Tempo de Vida pela Rede Boa Nova de Rádio, estando diversas vezes entre as emissoras de maior audiência do país. É colaborador de inúmeras revistas, jornais e sites. Como convidado, participa com frequência de programas de rádio e TV.Educador por excelência, dedica-se às palestras e workshops que profere em todo o Brasil, já tendo atingido um público estimado em meio milhão de pessoas. Possui obras publicadas no Brasil e em toda América Latina. "O Poder da Espiritualidade" é seu oitavo livro.

 

Tudo ia muito bem. A agenda estava sempre lotada. Muito estresse. Pouco tempo para cuidar da saúde. Chegou o momento em que o organismo do escritor se sobrecarregou. William estava doente. E então? O que fazer? Descubra o que aconteceu no bate-papo a seguir! Boa leitura!

 

 

METAMORFOSE: Como era o seu estilo de vida antes de enfrentar o problema de saúde? 

William Sanches: Nesse período da minha vida, eu lecionava em Universidades e tinha grande carga horária de trabalho. Apresentava um programa de rádio, um de TV, fazia palestras, escrevia meus livros, participava de projetos, estudava... Enfim, muita coisa e, na verdade, não fazia nada direito. Não conseguia ter foco. Embora minha alma reclamasse muito (hoje reconheço isso, mas na época não dei atenção). Fui adoecendo sem perceber; na verdade não queria perceber. Acho que o trabalho era uma grande fuga de tudo. Não sei ao certo do quê. Mas quando tive o problema de saúde, a situação ficou realmente séria: um infarto decorrente de uma forte gripe H1N1, que atacou todo meu sistema muscular. Na verdade, tudo foi decorrente da falta de cuidado, excesso de atividades, má alimentação, poucas horas dormidas diariamente... Uma sucessão de fatos que desencadearam esse momento.

 

MM: O que o ajudou a superar essa enfermidade?

WS: Fé. Sempre a Fé. Nesses momentos de crise é que buscamos em nosso íntimo forças para lutar. E, também, o fato de ver pessoas que dependiam de mim, pois eu sabia que não poderia deixá-las desamparadas.

 

MM: O que você recomenda que pessoas que levam uma vida estressante façam para não terem problemas de saúde no futuro?

WS: Pisem um pouco no freio ou, se não puderem nesse momento, ao menos diminuam a marcha. Caso você não pare, a vida irá lhe parar em algum momento. Quando não nos respeitamos, somos cobrados . A questão é apenas de tempo.

 

MM: Qual é o estilo de vida que você adota agora? O trabalho continua sendo a prioridade em sua vida?

WS: Hoje, cuido mais de minha alimentação, mudei para perto da emissora de rádio para não perder tempo no trânsito, faço exercícios que antes não fazia, procuro organizar mais meu dia para ter um tempo pra mim, por exemplo. Para fazer o que gosto, mesmo que esse tempo seja para dormir, ler, ver filme, caminhar, namorar, viajar, comer, ou simplesmente não fazer nada. Incrível que hoje parece ser errado não fazer “nada”. Eu adoro pensar. É nessas horas em que estou sem fazer “nada" que tenho minhas melhores ideias. E a espiritualidade continua comigo: oro mais, medito, cuido das minhas plantas. Parece uma vida chata? Não sei, antes eu achava. Mas agora, vejo que chata era a rotina desgastante que eu vivia. Ah! Me policio para reclamar menos da vida e estou aprendendo a falar “não”. Duas lições difíceis.

Amo meu trabaho e tudo que faço hoje. Mas procuro equilibrar para não desprender toda energia nisso. É preciso também viver muitas outras experiências.

 

MM: O que você acredita que deveria ser a prioridade na sociedade atual, no que se refere a estilo de vida? É difícil passar por  uma mudança como a que você passou?

WS: Não posso dizer às pessoas o que fazer e o que não fazer. Procuro mostrar a elas caminhos. Uma vez vendo o caminho e os resultados, cada um dentro do seu livre arbítrio pode escolher as prioridades para si. Um pessoa que está 30 anos trabalhando numa profissão não pode mudar de uma hora para outra. Não seria inteligente da parte dela. Alguém que depende do salário, da empresa, não irá abandonar sua profissão, carreira, nem pode deixar na mão aqueles que confiam no seu trabalho. Mas, eu acredito que nos falta ainda  - e muito -  equilíbrio para fazer escolhas. Toda escolha será responsável pelos resultados. Uma dica é começar a planejar a vida, planejar mudanças, aos poucos, mas sempre. Um hábito mudado já foi parte do caminho percorrido. Não é facil mudar de uma hora para outra. Mas é importante MUDAR quando não se está bem. Pois, nada vale a pena. Diante da experiência de quase morte, as coisas perdem  todo o sentido e o que vale mesmo, o que fica de verdade, não foi comprado, foi conquistado.

  

MM:Você pode falar um pouco sobre o livro? O que te levou a publicar essa história?

WS: "O Poder da Espiritualidade" é quase uma autobiografia. Acredito que, diferente de outros livros, esse mostra um relato e depois algumas lições que pude compartilhar com as pessoas, após ter vivido tudo. Não é receita que se impõe. Não é remédio receitado só para o outro tomar. É mesmo um caminho, um convite. Vendo o caminho percorrido e os resultados, as pessoas poderão escolher, ou não, trilhá-lo. Eu faço votos de que cada leitor reflita sobre sua história, sobre sua postura de vida e mude o que for possível e também o que for capaz. Mas, jamais se autoabandone. É muito triste se abadonar. Não vale a pena viver sem prazer e sem qualidade. A vida é um presente valioso e sagrado. Um presente cujo único combustível chama-se AMOR.

     

 

 

 

 

O autor William Sanches conta como superou uma enfermidade e fala da importância de escolher o momento certo para mudar do estilo de vida estressante para um em que a saúde não seja prejudicada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                                                 

                                                                                                                                                                                      

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Há pouco mais de um mes, conheci uma mulher com uma história de vida  e uma força interior que me impressionaram. O nome dela? Gaya Machado. Jornalista por formação, professora de Rádio e Tv, já ministrou palestras tanto no Brasil quanto no exterior. Uma mulher, que tinha tudo o que se pode almejar (no campo pessoal e profissional), viu sua vida se desmoronar da noite para o dia. O que fazer em uma situação dessas? É possível dar a volta por cima e começar tudo de novo? Acompanhe a história de Gaya, autora da página Coisas de Gaya. https://www.facebook.com/coisasdegaya

 

 

  Em outubro do ano passado eu me considerava a mulher mais feliz e realizada do mundo. Eu tinha acabado de voltar de uma viagem maravilhosa para Nova York, estava com a agenda cheia de compromissos como palestras e lançamento do segundo livro no qual era coautora, entre outras muitas oportunidades. Tinha um emprego seguro do qual eu gostava e estava planejando o casamento dos meus sonhos. Mal eu sabia que, em pouquíssimo tempo, minha vida mudaria complemente, como eu jamais poderia imaginar.

Vou começar falando da vida profissional. Eu trabalhei por 14 anos em uma mesma empresa, 12 e meio deles em produção de televisão. Lá, desempenhava diversas funções em programas televisivos. Era muito feliz com meu trabalho e desempenhava minhas atividades com maestria. Tinha muitos amigos, colegas e inúmeros convites para festas e eventos que este tipo de trabalho proporciona. Neste tempo todo no qual estive ali, nunca parei de estudar. Entrei na empresa graduada em Rádio e Televisão e, enquanto trabalhava lá, cursei Jornalismo, pós-graduação e mestrado. Também fiz diversos cursos, pois sempre acreditei que pessoas mais preparadas encontram mais oportunidades, eu só não sabia como fazê-las acontecer. Cheguei a lecionar no curso de comunicação de uma universidade enquanto trabalhava com Tv e foi aí que recebi uma grande oportunidade de migrar, na mesma empresa, para a faculdade de comunicação que faz parte do grupo. Foi uma bela porta que se abriu.

Eu já estava há 18 anos no meio de rádio e televisão e agora buscava a oportunidade de migrar para o meio acadêmico que, além de muita realização, ainda me proporcionaria novos desafios. Coordenei um núcleo de tecnologia educacional e lecionei, para alunos do Curso de Rádio e Televisão de uma das melhores faculdades do país. Era colega de trabalho de professores que sempre admirei, dava palestras em grandes eventos nacionais e internacionais, frequentava congressos e era convidada para publicar livros. Estava na minha melhor fase!

Mas um ano e meio depois de migrar para a faculdade, com 14 anos de empresa, fui demitida sem que esperasse por isso. Foi um grande baque! Entrei na empresa aos 23 anos e, agora, aos 37, não tinha a menor ideia do que fazer ao sair de lá. Paralelo a isso, também estava vivendo o que considerava ser minha melhor fase na vida pessoal. Eu tinha acabado de oficializar uma relação com direito a festa, amigos, família... Foi tudo muito lindo, perfeito mesmo! Fiquei muito preocupada com a perda da minha renda, principalmente no início de um relacionamento, o que poderia vir a ser um peso. Já não queria mais voltar a trabalhar em televisão e não sabia muito bem por onde começar. Eu acredito muito em Deus e que nada acontece na nossa vida sem Sua ciência e permissão, então, por mais que estivesse sem saber o que fazer, entreguei minha vida nas mãos Dele. Mas precisamos fazer a nossa parte. Ele diz “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á”. Mateus 7:7 – Então o primeiro passo é pedir, para que então a benção venha. Ele também diz: “Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado” Josué 1:3, o que significa que para receber a benção precisamos dar o primeiro passo e confiar. Ainda que não saibamos o caminho e nem para onde estamos indo. 

Então coloquei minha vida nas mãos Dele e confiei. Mas não fiquei parada! Assim que passaram as festas de final de ano, tive a ideia de criar uma página no Facebook para compartilhar informações dos meios de comunicação, coisa que já fazia no meu perfil, e também divulgar um trabalho de assessoria de imprensa. Com conteúdo de qualidade e, principalmente, com a ajuda da minha rede de contatos, em pouco mais de uma semana eu já assinava o primeiro contrato da minha mais nova empresa, a Comunicação Conectada. Algumas semanas depois também recebi a notícia de que tinha sido contratada para lecionar em uma universidade que sempre admirei. Mas as grandes transformações ainda não tinham terminado e, pouco mais de um mês depois, meu relacionamento também acabou, da maneira mais detestável e surpreendente.

Eu mal tinha começado a me reestabelecer e, novamente, vi minha vida inteira mudar de forma inesperada. Eu acredito que foi aí, neste momento, que eu tive que fazer a escolha: se me colocaria na posição de vítima e ficaria com pena de mim mesma, ou se encontraria forças em Deus e em mim mesma para tomar posse da minha vida e reconstruí-la, não como uma vítima das circunstâncias, mas como alguém que olha para tudo o que está aprendendo e decide seguir em frente, se reinventar. O processo todo foi muito rápido, porque eu sabia que poderia ser minha melhor amiga ou minha pior inimiga. Se eu começasse a sentir pena de mim mesma e ficasse me lamentando porque tudo o que eu tinha construído e com o que tinha sonhado acabara, quem iria poder me ajudar? Se eu baixasse a cabeça e pedisse colo poderia me sentir confortada por um certo tempo, mas perderia o controle sobre minha vida e teria que me contentar com as consequências da minha desistência, sem poder reclamar do que ela me trouxesse. Eu escolhi agradecer, perdoar e prosseguir. Quando saí da empresa, saí grata. Não olhei para o fato de estar sendo dispensada, mas agradeci por terem acreditado em mim por tanto tempo. Também quando se passaram os primeiros dias (sim dias, porque não levou uma semana) que minha vida pessoal ruiu, escolhi o perdão e a gratidão. Perdão porque cada um faz o melhor que pode com as ferramentas que tem e se o que ele tinha para me oferecer era aquilo, eu só poderia perdoá-lo.

Aprendi que o significado de mágoa “Má-Água”, ou seja, uma água podre e fedida que fica dentro de quem sente. É aquela história, você bebe o veneno esperando que o outro morra. Não importa a circunstância, o ódio, a raiva e a mágoa não devem ser uma opção. Só o perdão nos dá força e integridade para prosseguir. E gratidão, porque não acredito em uma vida de arrependimentos. Enquanto vivi aquilo foi verdadeiro e me fez feliz, então agradeço os bons momentos e também a oportunidade de recomeçar. O sentimento de gratidão nos permite olhar para o que temos e nos contentarmos. Quando deixamos de olhar para o que nos falta, tudo o que a vida nos trouxer de bom já será motivo de contentamento. A gratidão e o perdão são sentimentos poderosos e, junto com o amor de Deus dirigindo minha vida, me curaram em poucos dias. No meio de todo este processo eu encontrei novos conhecimentos que me abriram lindos horizontes. Estou cursando uma especialização em Psicologia Positiva, uma área da psicologia que não se foca em doenças, mas se concentra nas potencialidades e virtudes humanas, com o intuito de melhorar nossa qualidade de vida. Como sempre gostei de escrever, palestrar e lecionar, criei o “Coisas de Gaya”, um projeto pelo qual desejo propagar estes conhecimentos de desenvolvimento pessoal, otimismo, gratidão e superação para ajudar as pessoas a encararem de frente os desafios que a vida trouxer e serem protagonistas de suas histórias. Todos nós somos autores das nossas vidas. Cada escolha que fazemos hoje vai influenciar, decisivamente, o que o futuro nos trará. Se você escolher ficar na sua cama ou se você decidir se levantar e encarar seus problemas de frente, cada escolha, traz uma consequência que pode até não ser percebida agora, mas que vai impactar o seu futuro.

Eu não tenho pena de mim mesma porque eu não sou o que me aconteceu, mas sim o que eu escolho fazer com isso. O passado, seja lá qual tenha sido, já passou e nada podemos fazer a respeito dele. O futuro, também não está ao nosso alcance ainda. Tudo o que temos é nosso presente e a chance de viver um hoje melhor, produtivo, feliz... Pode ser que alguém que esteja lendo tenha passado por problemas muito mais sérios e dolorosos como a perda de alguém querido ou uma doença, mas eu digo que, a despeito das coisas que não temos controle, temos que buscar pensamentos e sentimentos positivos que nos ajudem a seguir em frente. Martin Seligman, pai da Psicologia Positiva, conta, no livro “Felicidade Autêntica”, que existem evidências claras de que a emoção positiva funciona como provisão de saúde e pode até proteger as pessoas dos estragos do envelhecimento. No livro, ele cita diversas pesquisas que constatam, entre outras coisas, que pessoas mais felizes são mais produtivas e tem salários mais altos, elas também vivem mais e resistem melhor à dor, porque alimentar emoções positivas nos dá recursos para lidarmos com as adversidades. Para quem, como eu, acredita na bíblia, Jesus disse: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. João 16:33. Hoje eu escolho superar todos os obstáculos que surgirem na minha frente e prosseguir em direção à uma vida feliz. E você? E, só para constar, estou mais feliz que nunca, tanto pessoal quanto profissionalmente. Existem tantas lindas oportunidades se abrindo a minha frente que digo, de coração: Se lá atrás, eu pudesse escolher os caminhos para minha vida nestes últimos meses, mil vezes escolheria que tudo acontecesse exatamente assim, do modo como ocorreu.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Um projeto desenvolvido por estudantes e pesquisadores das faculdades de medicina e educação física da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) tem o objetivo de modificar e dinamizar a rotina de quem faz hemodiálise. Criada no ano passado,  a iniciativa é promovida no Centro de Tratamento de Doenças Renais (CTDR), localizado no Bairro São Mateus, e leva aulas de musculação para 15 assistidos atendidos pelo SUS e convênios particulares. Além de ser pioneiro em Minas Gerais, o estudo é um dos primeiros a tratar o assunto em nível nacional.

Conversamos sobre essa iniciativa com o dotorando em Saúde pela UFJF e idealizador do projeto, Antônio Paulo Castro. Confira só o resultado desse bate-papo! Boa leitura!

 

 

METAMORFOSE: Gostaria de saber como surgiu a iniciativa de criar o projeto.

Antônio Paulo: O projeto surgiu a partir da hipótese de que o exercício físico é capaz de promover melhoras fisiológicas, psicológicas e sociológicas significativas para as pessoas no geral e, inclusive, em algumas doenças crônicas não transmissíveis. Além disso, nota-se que o exercício físico impacta positivamente em indicadores gerais da qualidade de vida de indivíduos acometidos por certas doenças. A partir disso, nos questionamos se os benefícios fisiológicos, encontrados em outras populações de doentes, seriam reproduzíveis em pacientes com doença renal crônica. Foi a partir desse questionamento que surgiu o projeto.

 

MM: Há quanto tempo você está à frente dele?

AP: Estou à frente do projeto desde a sua idealização, em 2013. O início ocorreu, de fato, em 2014, após termos conseguido a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa e acertamos todos os detalhes de parceria para realização dos exames necessários à liberação e acompanhamento dos pacientes.

 

Os estudos na área são recentes?

AP: Os estudos relacionando exercício físico e doença renal crônica começaram a surgir na década de 1990. Inicialmente, os exercícios prescritos eram de caráter aeróbico (bicicleta estacionária) e fisioterápico, mas já evidenciaram melhorias significativas em parâmetros de saúde e qualidade de vida dos pacientes. No entanto, os resultados encontrados eram limitados e não conseguiam melhorar outros parâmetros fisiológicos acometidos pela doença renal crônica como, por exemplo, distúrbios hormonais relacionados à manutenção do volume muscular.No início da década de 2000, surgiram alguns estudos, os quais utilizavam outras abordagens de exercício, incluindo o exercício resistido (o mesmo que usamos). Existem poucos estudos no mundo que se dedicam a investigar os impactos provocados pelo exercício resistido na doença renal crônica. Por isso, muitas questões ainda precisam ser respondidas. No Brasil, somos um dos primeiros a iniciarmos este tipo de estudo, com o objetivo de investigar os impactos do exercício resistido na força e massa muscular, qualidade de vida, nível de atividade física habitual, respostas de sistemas cardiovascular e perfil inflamatório.

 

MM: Você recebe o apoio de alguma instituição?

AP: Desde o início somos apoiados pela Fundação IMEPEN (Instituto Mineiro de Estudos e Pesquisas em Nefrologia), pela UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), pela Clínica de Tratamento de Doenças Renais (CTDR) e, ano passado, fomos contemplados com um edital da FAPEMIG.

 

MM: Mais alguém o auxilia nesse trabalho?

AP: Além das instituições citadas, temos a colaboração de médicos cardiologistas e reumatologistas e um professor da Universidade Federal de Pernambuco.

 

MM:Quantas pessoas já foram atendidas?

AP: Até a presente data, foram atendidos quase 30 pacientes.

 

MM: Qual é a importância desse trabalho?

AP: A doença renal crônica é responsável por gerar graves prejuízos à saúde. Pacientes renais crônicos, em virtude da série de distúrbios hormonais, metabólicos, cardiovasculares e psicológicos possuem um risco de mortalidade 10 a 30 vezes maior do que o de indivíduos sem a doença. Um paciente renal crônico de 30 anos apresenta a saúde cardiovascular semelhante ao de  pessoas com idades entre 70 e 80 anos. Nota-se, também, um quadro de fragilidade física aumentado nessa população, que gera queda da qualidade de vida, perda da autonomia funcional e depressão.

Considerando esse quadro, intervenções terapêuticas que visem minimizar o impacto negativo da doença, ou até mesmo revertê-la, podem não somente aumentar a expectativa de vida desses pacientes, mas melhorar a qualidade de vida durante os anos de convívio com a doença.

Outro ponto, que podemos destacar, é a redução da sobrecarga de gastos para a Saúde Pública, uma vez que o exercício físico é capaz de reduzir as taxas de hospitalizações, internações, procedimentos clínicos e o uso de determinadas medicações.

 

MM: Quantas pessoas te ajudam?

AP: Além de mim, participam mais 13 pessoas, entre orientadores e alunos de graduação e pós-graduação. Ainda recebemos o suporte das equipes da Fundação IMEPEN e do CTDR.

 

MM: Os pacientes são atendidos gratuitamente?

AP: O projeto é promovido em parceria com uma clínica particular que tem convênio com o SUS. Portanto, somente os pacientes de lá têm acesso. Algumas clínicas já nos procuraram e estamos negociando.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para superar momentos de crise, a jornalista Gaya Machado se muniu de sua força interior, fé e muita determinação.

Fotos: Acervo pessoal

Fotos: Secom UFJF

Estudantes e pesquisadores das faculdades de Medicina e Educação Física da Universidade Federal de Juiz de Fora utilizam exercícios físicos durante hemodiálise. Tratamento é pioneiro em Minas. A esquerda está a equipe reunida e à direita, um paciente durante a sessão.

                                               

 

Uma ideia que mudou várias vidas....

Quem disse que a "Mulher Maravilha" não existe?

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